Prisão preventiva

medida cautelar ou instrumento de coação

Autores

  • Cristiane Brito Christina

Palavras-chave:

Delação, Estudo de Caso, Ativismo Judicial

Resumo

O presente artigo analisa o uso da prisão preventiva, ainda que presente os requisitos legais exigidos, como uma forma de promover delações premiadas, e se tal comportamento do Judiciário pode ser considerado uma atuação ativista. Intenta trazer uma reflexão jurídica e técnica acerca das garantias processuais e principalmente da prisão preventiva. O método para análise do objeto de pesquisa foi o estudo de caso processo relativo ao acusado Léo Pinheiro, durante o curso da “Operação Lava-jato”, onde a delação do acusado foi permeada por diversas críticas, principalmente pelo fato das delações em sua maioria terem sido realizadas com os acusados presos preventivamente, e negociados não a diminuição de pena ou de agravantes, mas para cumprimento da preventiva e até da pena no modo de prisão domiciliar. Ressalte-se que tal possibilidade de cumprimento de pena em prisão domiciliar sequer tem previsão legal.

Biografia do Autor

Cristiane Brito Christina

Mestranda em Criminologia e Psicologia Forense pela UCES, Buenos Aires; Especialista em Processo Constitucional pela Unifor;  Professora e Advogada.

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Publicado

16/11/2020

Como Citar

Christina, C. B. . (2020). Prisão preventiva: medida cautelar ou instrumento de coação. FACINE 360º, 1(1). Recuperado de https://periodicos.facine.edu.br/index.php/f360/article/view/15